quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Esporte ajuda no tratamento de pessoas com necessidades especiais

Super Esportes
Brasília - DF, 29/09/2010

A "Corrida Candanguinha" contribui para a sociabilização de crianças portadoras de necessidades especiais, que ganham mais confiança e se divertem ao se misturar com outros

Catharine Rocha

Quem vê Mateus observando tudo ao seu redor, caminhando ao lado de sua mãe e conversando com a professora não imagina que ele tem deficit intelectual. Mateus, 10 anos, é um dos miniatletas que, em 12 de outubro, em pleno Dia das Crianças, se juntará a dezenas de outros meninos e meninas para participar da categoria especial da 4ª Corrida Candanguinha, a maior festa esportiva da capital, disputada no Autódromo Nelson Piquet.
Se hoje Mateus é uma criança mais tranquila, interessado por tudo o que lhe cerca, é porque o esporte exerceu uma mudança radical em sua vida. Segundo a mãe, Neide Silva, o comportamento do garoto mudou quando ele entrou para o "Projeto Clube Escolar", desenvolvido pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), em parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal. "Foi uma diferença bem grande, porque ele era muito agitado. E, fazendo atividade física, ele melhorou muito, está se comportando melhor e tem maior facilidade de se entrosar e fazer amigos", conta Neide.
Mateus teve sua dificuldade descoberta na escola. Em função de seu baixo rendimento, os professores o encaminharam para uma avaliação no Clube Escolar. Quando ficou constatado que o menino era deficiente, ele passou a ser acompanhado por uma equipe de profissionais que, por meio do esporte, buscou facilitar a inserção social e a descoberta de talentos paraolímpicos. O resultado desse trabalho Neide faz questão de contar. "Melhorou muito. Ele chorava para ir à escola. Agora, está mais interessado", avalia.
Além do trabalho desenvolvido com os pequenos, o Clube Escolar trabalha o núcleo familiar das crianças, oferecendo orientação psicológica e cobrando a participação das mães nas atividades físicas oferecidas. Tudo isso para que os meninos e as meninas ganhem mais independência. "A primeira mudança, por incrível que pareça, é o corte do cordão umbilical. A família passa a vê-lo como uma criança que pode participar de tudo", destaca Ulisses de Araújo, coordenador institucional do projeto.
Com a companhia dos irmãos
Para valorizar o trabalho de integração familiar desenvolvido pelo Projeto Clube Escolar, a edição deste ano da Candaguinha tem uma novidade na categoria especial: os irmãos dos competidores desse grupo poderão participar do evento, como acompanhantes. A irmã de Mateus não o acompanhará. Mas ele garante que se sairá muito bem na prova e esbanja confiança. "Vou correr mais que os outros", afirma.
A categoria adaptada da Candanguinha agrupa as crianças em baterias por nível de habilidade especial. E não há disputa por primeiro lugar. "Para as categorias especiais não existe colocação. É como se fosse um festival. Todos correm juntos. Eles adoram participar e ficar no meio de outras crianças", explica a professora de educação física de Mateus, Moira Radaelli.
Para Ulisses de Araújo, a Candanguinha é mais do que um momento de confraternização e integração. A prova funciona também como uma vitrine. "Dali, várias famílias se interessam pelo Projeto Clube Escolar e começam a vir. A Candanguinha tem como papel mostrar às mães que essas crianças têm que sair de casa. Não podem ficar isoladas", defende.
A 4ª Corrida Candanguinha acontece no dia 12 de outubro, das 8h00 às 13h00, no Autódromo Nelson Piquet, em Brasília. Inscrições devem ser feitas pelo site www.corridacandanguinha.com.br0-3434.
 
 
http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=30189


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